terça-feira, 26 de agosto de 2008
Em viagem até Oberwald
Após alugar as bicicletas em Genebra no dia anterior, levantámo-nos cedo para apanhar o comboio às 9:27 no Aeroporto de Genebra para Oberwald com mudança a meio caminho, em Brig. Aí tentou-se resolver o problema do descanso da bicicleta da Marta.
No entanto, nem o olhar atento do treinador nem as indicações telefónicas do estrangeiro permitiram resolver o problema...
Deste dia ver também o Post do Jorge
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Conversas privadas...
E cá continuamos nós em viagem... desta vez virtualmete contando a história.
Estes são os pés da Joana conversando durante uma das viagens de comboio.
Estes são os pés da Joana conversando durante uma das viagens de comboio.
A descer nem todos os santos ajudam
Ao pequeno-almoço já não chovia. O cão preto-e-branco sentado nas escadas do restaurante mantinha-se impávido e sereno sentado nas escadas do restaurante que na noite anterior nos proporcionou um jantar inesperado e excelente. Fizemos-lhe festas e tirámos fotografias, mas ele nunca se mexeu. Ultrapassámos a barreira canina e arriscámos uma mesa no alpendre lateral junto ao rio apesar do frio. Afinal havia um aquecedor ligado.
Pão, fiambre, queijo e morcela acompanhados de quatro cappucinos, curiosidade por um esquilo e alguma incredulidade. Será que estaríamos num cenário montado para nosso deslumbre? Se sim, então o dia seguinte reserváva-nos uma superprodução.
Começou a chover. Voltámos e desfizemos o acampamento. A chuva intensificou-se. Equipámos as bicicletas e a chuva aumentava. Não ia parar, mas nós não íamos ficar retidos em Imfeld. A recepção continuava fechada, não havia ninguém a quem pagar. Fazia frio. Decidimos descer até ao desvio para o caminho acidentado da nossa rota. Aí tomaríamos uma decisão. Vestimos os casacos mais ou menos impermeáveis e começámos a descer rápido. Em Binn senti a água gelada entrar nos sapatos de ciclismo e atravessar as meias. Estávamos todos ensopados e gelados. Finalmente chegamos ao túnel! Este pareceu-nos quente, seco e muito mais curto no sentido descendente. Saímos de volta à chuva e frio e mais alguns metros à frente tínhamos de decidir: seguir pelo caminho todo-o-terreno ou pela estrada. Parámos e o bom senso do Hugo imperou. Seguimos pela estrada de regresso a Ernen e daí seguiríamos para Fiesch para tomar o comboio para Zermatt, já planeado para mais tarde em Visp. Em Ernen voltámos a parar para tentar aquecer as mão em vão. Continuámos a descer os 4 km até Fiesch que tínhamos evitado no dia anterior. Finalmente chegámos à estação de comboios totalmente ensopados, gelados e com as roupas nos alforges molhadas. Calcei as meias de merino e as sandálias de dedo e tentei secar alguma roupa no secador de mãos da casa-de-banho enquanto esperávamos pelo comboio. Destino: Zermatt.
Começámos a subir. Na carruagem a restabelecer o conforto. O comboio continuava a subir com a ajuda da cremalheira. Cerca de uma hora e meia depois chegámos. Continuava a chover e voltámos a sentir o frio da montanha. Tínhamos decidido que ficaríamos numa Pousada de Juventude, se conseguíssemos encontrá-la.
Zermatt é uma colónia inesperada da emigração sazonal e permanente portuguesa. O motorista do hotel negociou um preço razoável para os taxis. Carros estranhos, como todos os outros aqui, levaram-nos colina acima até à pousada. As bicicletas seguiam nos tejadilhos em três carros conduzidos por homens que falavam uma língua estranha e familiar. Seria latina? Talvez romeno. Nesta vila-estância de férias de Inverno, o tráfego automóvel é restrito a estes carros estreitos e eléctricos.
A pousada tinha uma sala-de-secagem para os equipamentos dos montanheiros e esquiadores. Montámos aí o estendal da nossa roupa de viagem, na esperança de que no dia seguinte já estivesse seca. A estadia na pousada incluía o jantar, bem servido no self-service e com algumas mimos adicionais. Afinal o pessoal era uma família portuguesa, concerteza.
domingo, 24 de agosto de 2008
V.T.T. (Oberwald-Ernen-Imfeld)
O guia avisava que alguns troços seriam por caminhos não pavimentados. A primeira etapa entre Oberwald e Ernen começou por caminhos de gravilha e terra batida que rapidamente se transformaram em b.t.t. quase puro. Mas antes impôs-se um piquenique.
Seguiu-se um sobe e desce a requerer alguma perícia técnica ou simplesmente força para empurrar as bicicletas à mão. À excepção da minha Canyon, nenhuma das outras bicicletas estava adaptada a estes terrenos: a Marta levava a sua BH de cidade e a Joana, Claudia e o Hugo levavam três velo-de-ville alugadas na Geneve Roule (http://www.geneveroule.ch). Todas elas pesadamente carregadas com alforges.
Finalmente o caminho surgia alcatroado e começámos a descer a bom ritmo em direcção de Ernen. Aí tivémos de fazer uma escolha.
O nosso destino inicial era o parque de campismo de Fiesch. Isto implicava uma descida acentuada de 4 km para atravessar o Ródano. No dia seguinte teríamos de fazer o trajecto de regresso com grande esforço. Decidimos então continuar a subir a partir de Ernen na direcção da nossa rota até Ausserbinn e tentar encontrar no percurso outro parque de campismo.
Começámos a longa subida. Os primeiros km pareceram mais fáceis do que o esperado. Alguns de nós até julgaram estarem a descer, não fosse o facto de terem de pedalar nas mudanças mais altas. Chegados a Ausserbinn não tínhamos ainda encontrado nenhum parque e a rota voltava desviar-se da estrada para entrar de novo numa descida acentuada de todo-o-terreno. Tinham-nos dito que havia um parque mais acima na estrada depois de atravessarmos o túnel. Seguimos a estrada.
O túnel teria uns 2 km de comprido, era frio e húmido. No dia seguinte a nossa opinião haveria de mudar. Tinha começado a chover.
Subimos e subimos, passámos Binn e, uns penosos 5 km depois, chegámos ao parque de campismo de Giessen em Imfeld a 1460 m de altitude entre montanhas magníficas polvilhadas com típicas casas de madeira. A recepção estava fechada e o ambiente e cansaço convidava a campismo selvagem. Montámos as tendas junto ao rio Binn. Depois dos duches quentes tínhamos fome, mas ali seria difícil encontrar um restaurante ou supermercado aberto.
Um casal falou-nos de um restaurante mais acima na estrada. Caminhámos pela estrada sem grande esperança que ainda estivésse aberto. Afinal estávamos na Suíça profunda e era tarde, mas enganámo-nos. Surgiu então a casa de Hansel e Gretel onde um festim aguardava-nos.
Cansados e satisfeitos voltámos às tendas e adormecemos tendo como som de fundo o rio que corria rapidamente para o Ródano e o temporal que se aproximava.
Seguiu-se um sobe e desce a requerer alguma perícia técnica ou simplesmente força para empurrar as bicicletas à mão. À excepção da minha Canyon, nenhuma das outras bicicletas estava adaptada a estes terrenos: a Marta levava a sua BH de cidade e a Joana, Claudia e o Hugo levavam três velo-de-ville alugadas na Geneve Roule (http://www.geneveroule.ch). Todas elas pesadamente carregadas com alforges.
Finalmente o caminho surgia alcatroado e começámos a descer a bom ritmo em direcção de Ernen. Aí tivémos de fazer uma escolha.
O nosso destino inicial era o parque de campismo de Fiesch. Isto implicava uma descida acentuada de 4 km para atravessar o Ródano. No dia seguinte teríamos de fazer o trajecto de regresso com grande esforço. Decidimos então continuar a subir a partir de Ernen na direcção da nossa rota até Ausserbinn e tentar encontrar no percurso outro parque de campismo.
Começámos a longa subida. Os primeiros km pareceram mais fáceis do que o esperado. Alguns de nós até julgaram estarem a descer, não fosse o facto de terem de pedalar nas mudanças mais altas. Chegados a Ausserbinn não tínhamos ainda encontrado nenhum parque e a rota voltava desviar-se da estrada para entrar de novo numa descida acentuada de todo-o-terreno. Tinham-nos dito que havia um parque mais acima na estrada depois de atravessarmos o túnel. Seguimos a estrada.
O túnel teria uns 2 km de comprido, era frio e húmido. No dia seguinte a nossa opinião haveria de mudar. Tinha começado a chover.
Subimos e subimos, passámos Binn e, uns penosos 5 km depois, chegámos ao parque de campismo de Giessen em Imfeld a 1460 m de altitude entre montanhas magníficas polvilhadas com típicas casas de madeira. A recepção estava fechada e o ambiente e cansaço convidava a campismo selvagem. Montámos as tendas junto ao rio Binn. Depois dos duches quentes tínhamos fome, mas ali seria difícil encontrar um restaurante ou supermercado aberto.
Um casal falou-nos de um restaurante mais acima na estrada. Caminhámos pela estrada sem grande esperança que ainda estivésse aberto. Afinal estávamos na Suíça profunda e era tarde, mas enganámo-nos. Surgiu então a casa de Hansel e Gretel onde um festim aguardava-nos.
Cansados e satisfeitos voltámos às tendas e adormecemos tendo como som de fundo o rio que corria rapidamente para o Ródano e o temporal que se aproximava.
Demasiado peso nos alforges
Dia 13, bem cedinho, eu e o Hugo apanhámos uma boleia da Joana e da mãe, que nos levou ao aeroporto. Chegámos a Genebra por volta da hora de almoço onde nos esperavam os nossos anfitriões e principais organizadores da viagem, a Martinha e o Jorge. Ainda na zona do aeroporto comprámos os bilhetes para o comboio que nos levaria a Oberwald. Antes da partida uma tarde de preparativos. Em Genebra alugámos as bicicletas, demos uma voltinha pela cidade e jantámos num restaurantesinho italiano muito simpático e com umas massas deliciosas e porções generosas de comida. Depois do jantar regressámos à nossa sede, a casinha simpática dos nossos anfitriões,numa vilazinha francesa perto de Genebra. Aí substituímos os selins das bicicletas alugadas, regulámos a altura dos guiadores, refletimos muito sobre o que deveríamos ou não levar nos alforges. Pelo menos eu reflecti. Tinha dois alforges de 20 litros cada um para carregar, mais uma tenda de 2 Kg. O Hugo e a Joana tinham mais ou menos o mesmo. A Marta menos um bocadinho e o Jorge surpreendeu-nos (e causou-nos inveja) com a leveza da sua bagagem. Carregavamos tudo: tendas, sacos cama, roupa para o frio das montanhas e o calor das cidades mais baixas, fatos de banho, calçado de vários tipos, toalhas, produtos de higiene pessoal, água e ocasionalmente alguma comida. Viemos a descobrir mais tarde que havia pessoas que faziam este tipo de viagem ainda com mais bagagem do que nós, mas isso fica para mais tarde!
Partimos!
Quinta-feira, dia 14 da Agosto apanhámos o comboio das 9:27 no aeroporto de Genebra com destino a Oberwald. A viagem seguiu praticamente o caminho que deveríamos fazer de regresso. Foi uma introdução geral às paisagens espetaculares que haveríamos de encontrar.
Em Brig fizémos o transbordo do intercidades da SBB para o comboio regional do Matterhorn-Gothard Bahn onde se aproveitou para fazer algumas desafinações finais nas bicicletas. Cerca de quatro horas depois de partirmos estávamos em Oberwald. Começámos o regresso.
O plano seguia a rota ciclável nº 1 da Suíça que se estende por 320 km entre Andermatt e Genebra. Omitimos, por amor às nossas pernas, o primeiro troço entre Andermatt e Oberwald que nos levaria a subir o Furkapass até aos 2431 m. De Oberwald seria sempre a descer até Genebra, a menos de algumas flutuações locais mais exigentes.
Em Brig fizémos o transbordo do intercidades da SBB para o comboio regional do Matterhorn-Gothard Bahn onde se aproveitou para fazer algumas desafinações finais nas bicicletas. Cerca de quatro horas depois de partirmos estávamos em Oberwald. Começámos o regresso.
O plano seguia a rota ciclável nº 1 da Suíça que se estende por 320 km entre Andermatt e Genebra. Omitimos, por amor às nossas pernas, o primeiro troço entre Andermatt e Oberwald que nos levaria a subir o Furkapass até aos 2431 m. De Oberwald seria sempre a descer até Genebra, a menos de algumas flutuações locais mais exigentes.
sábado, 23 de agosto de 2008
Chegámos!
Chegámos! Após 326 km e picos chegámos das nossas cicloférias ao longo do vale do Ródano Suíço e não só. Entre Oberwald e Genebra passámos cerca de 20 horas a pedalar a uma velocidade média de 16.3 km/h.
A aventura durou uma semana e levou-nos a percorrer três cantões da Suíça: Valais, Vaud e Genebra, atravessando duas zonas linguísticas. Da montanha fomos ao pico dos Alpes e descemos de novo ao vale para pedalar pelas vinhas e margens do lago Leman. Sol, chuva, calor e frio fizeram parte desta viagem e boa comida Suíça retemperou sempre as forças para a etapa do dia seguinte.
Etapas/dias:
14.08. Genebra - Brig - Oberwald (comboio)
Oberwald - Ernen - Imfeld (bicicleta)
15.08. Imfeld - Ernen - Fiesch (bicicleta)
Fiesch - Zermatt (comboio)
16.08. Zermatt e Matterhorn (teleférico)
17.08. Zermatt - Brig (comboio)
Brig - Sierre - Sion (bicicleta)
18.08. Sion - Lavey-les-bains - St. Maurice (bicicleta)
19.08. St. Maurice - Montreux (bicicleta)
20.08. Montreux - Lausanne - Morges (bicicleta)
21.08. Morges - Nyon - Versoix - Ferney-Voltaire (bicicleta)
A aventura durou uma semana e levou-nos a percorrer três cantões da Suíça: Valais, Vaud e Genebra, atravessando duas zonas linguísticas. Da montanha fomos ao pico dos Alpes e descemos de novo ao vale para pedalar pelas vinhas e margens do lago Leman. Sol, chuva, calor e frio fizeram parte desta viagem e boa comida Suíça retemperou sempre as forças para a etapa do dia seguinte.
Etapas/dias:
14.08. Genebra - Brig - Oberwald (comboio)
Oberwald - Ernen - Imfeld (bicicleta)
15.08. Imfeld - Ernen - Fiesch (bicicleta)
Fiesch - Zermatt (comboio)
16.08. Zermatt e Matterhorn (teleférico)
17.08. Zermatt - Brig (comboio)
Brig - Sierre - Sion (bicicleta)
18.08. Sion - Lavey-les-bains - St. Maurice (bicicleta)
19.08. St. Maurice - Montreux (bicicleta)
20.08. Montreux - Lausanne - Morges (bicicleta)
21.08. Morges - Nyon - Versoix - Ferney-Voltaire (bicicleta)
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